Bê-a-bá do Unix
Em primeiro lugar, e diferentemente do Windows 9x, você só poderá acessar
o sistema se for cadastrado nele. Isso pressupõe que o leitor ou é o próprio
administrador da máquina ou pediu ao administrador que cadastrasse uma
conta para si. No momento basta saber que o administrador possui uma conta
também, chamada de root, que possui poderes ilimitados sobre todos os arquivos
e programas da máquina e por isso mesmo é chamado de superusuário. É
por isso também que você depende dele para conseguir uma conta no Unix.
Em qualquer dos casos, o sistema perguntará por seu login, que é o nome
pelo qual você foi cadastrado. Em seguida, perguntará sua senha. Uma vez informadas
corretamente, o sistema apresentará um prompt ou linha de comando2
. Se um ambiente gráfico estiver instalado e habilitado, este será apresentado
em lugar do prompt. Nesse caso, aguarde o carregamento completo das
janelas gráficas e abra um terminal – que, a grosso modo, é uma janela com um
prompt dentro. É claro que é possível “navegar” pelos diretórios utilizando um
gerenciador de arquivos como no Windows, mas descreveremos os procedimentos
da velha e boa linha de comando para o caso de o leitor ter pela frente
um Unix sem ambiente gráfico instalado.
O prompt apresentado varia muito entre os sabores de Unix e mesmo com o
shell utilizado. Para simplificar, neste livro usaremos o prompt do BASH, o shell
padrão do Linux, disponível na maioria das outras implementações. O prompt
do BASH é representado por um cifrão ($). Se o leitor usar o C-Shell, por exemplo,
o prompt pode ser um sinal de porcentagem (%).
Normalmente, após o login, o usuário é colocado em seu próprio diretório
pessoal. Isso pode ser comprovado pelo comando pwd (acrônimo de print
working directory):
$ pwd
/home/ulbrich
$
Observe que logo após a emissão do comando o resultado foi mostrado e o
prompt novamente apareceu. Se quisermos saber quais arquivos e diretórios
temos no diretório /home do usuário Ulbrich, usamos o comando ls:
$ ls
1698.0.doggles.jpg OpenOffice.org1.0.2 core.16544 mnt
192.168.1.0-26.txt Programas Linux core.31970 msn
BSGloss Temas para KDE disk.use.home.henrique nessus-start
Default Windows D doll.html pics
Desktop amsn_received fe2o3.zip plugin131_02.trace
Documentos bazofia.nbe fotografia1.jpg projects
ENTENDA_SOFTWARE_LIVRE belaefera.txt fotografia2.jpg sarg.jpg
James-BKP bin gotmail terra20030102.png
Mail core h1.bmp tmp
NetRadios core.11390 ipsc.txt viemacsholywars
$
2 Reveja o capítulo 2,“Introdução aos sistemas operacionais”, para uma explicação sobre prompts
de comando e interatividade com a máquina.
Apêndices
Para mudar de diretório, usamos o comando cd (change directory) seguido
do diretório ao qual queremos ir.
$ pwd
/home/ulbrich
$ cd /dev
$ pwd
/dev
$
Há dois diretórios especiais, representados por ponto (.) e “ponto-ponto” (..).
O diretório “.” indica o diretório corrente, ou, em outras palavras, “onde você
está”. No nosso exemplo:
$ pwd
/dev
$ cd .
$ pwd
/dev
$
O “..” indica o diretório imediatamente acima. Por exemplo:
$ cd /home/ulbrich
$ pwd
/home/ulbrich
$ cd ..
$ pwd
/home
$
O comando cat apresenta na tela o conteúdo de arquivos texto:
$ cat belaefera.txt
É interessantíssimo o poder da mídia. Quando se fala em “A Bela e a Fera”,
ninguém lembra do filme de Cocteau, considerado...
$ cat buttheadix.txt
Hey Beavis, I’m a Unix string!
$
Por fim, o comando manchama a página de manual do comando especificado:
$ man pwd
$ man ls
$ man cd
$ man cat
$ man man
Recursos para pesquisa
Obviamente mostramos apenas o básico do básico para quem nunca viu um
Unix na frente e gostaria de acompanhar o livro. Entretanto, é necessário que
tanto o candidado a hacker quanto o candidato a “hacker” aprofundem-se mais
e tornem-se, se não especialistas, pelo menos conhecedores do sistema.